Meu espaço para produzir tem que estar tudo organizadinho mas enquanto estou trabalhando esse campo de visão começa a se transformar e isso me encanta de um certo modo. Essa bagunça visual me abraça e não me incomoda. É obvio que quando saio dessa imersão que essa produção me proporciona vejo o quanto sou bagunceira, mas honestamente? Eu gosto dessa baguncinha, sei que vou ter que reogarnizar tudo novamente e sinto prazer de poder organizar tudo de novo.
Sabe quando você é criança e espalha brinquedo pelo quarto e sua mãe diz que tá na hora de recolher tudo? É o mesmo sentimento de final de brincadeira, vou guardar tudo sabendo que posso voltar a qualquer momento pra brincar de novo.
Não vou nem entrar na questão que na minha infância meu brincar favorito era de organizar casinhas da Polly, separar cada livro/mangá/revistas por número de edição ou coisas assim, mas organizar coisas sempre foi algo muito satisfatório e ser bagunceira no meu espaço imersivo de produção só é outra parte que eu gosto dentro do meu processo criativo.
além dos chaveirinhos em acrilico pretendo vender uma série em versão mini-potinhos-de-vidrinhos de um trabalho realizado em 2019 que chamei de ACOLHER click no potinho para visualizar a obra citada |
A transparência desses chaveirinhos em acrilico me proporciona brincar com o frente-verso e eu me divirto muito pensando nas possibilidades do que posso fazer. Coisas transparentes num geral me chama sempre a atenção é tão legal ver por dentro das coisas! Gosto muito também que esses chaveirinhos em acrilico me traz a ideia de uma mini-micro-moldurinha pra carregar por aí mas que pode ver por trás e que acaba incluindo o que tem em volta e esse fundo pode ser englobado com cenários temporários, faz sentido?
Com esses primeirinhos chaveirinhos prontos consegui visualizar que minha ideia não era uma ideia bobinha e que realmente gostei muito de como ficaram. Investi um dinheirinho na compra do restante do material incluindo mais 20 chaveirinhos em acrilico para vender tendo base conceitual do que são os múltiplo.
''Desde os anos noventa novos escritores e criticos procuram afinar o que define um múltiplo. Um Múltiplo dentro do universo das artes, se caracteriza por objetos pensados para serem produzidos em serie, industrialmente ou manualmente sem que exista uma peça original, mas que cada exemplar contenha a ideia que o artista quer propagar. “Multiplos quebram com categorias tradicionais da arte porque eles são edições que se parecem com o original” 2''
Essa definição foi retirada do blog Multiplos de Arte do professor Thiago Bortolozzo.
A primeira vez que ouvi falar sobre múltiplo de arte foi durante minha graduação em alguma aula do professor Amir Brito Cadôr e imediatamente entendi um caminho que eu enquanto artista enxergava meu trabalho, fez muito sentido para mim principalmente quando relembro da minha primeira coleção de moletons Estrelitas que fiz poucas peças pois pintava cada uma a mão em 2013, não conseguia compreender teoricamente se o que eu fazia eram obras de arte ou se era apenas uma roupa estampada/pintada a mão. Pois cada peça era unica mesmo possuindo a mesma personagem pois além de pintar uma por uma havia varição também das cores do tecido e tinta. Essa falta de entendimento sobre o que eu fazia nessa epoca me deixava muito inquieta e foi assim que decidi que queria fazer faculdade de Artes para aprender sobre aquilo que eu desconhecia mas isso é conversa pra outro post, mas resumidamente: assim surgiu o que chamo hoje de Molduras Ambulantes.
Pensar na minha produção de objetos em série dentro do conceito de múltiplos de arte também me permitiu decidir quantas peças eu gostaria de produzir sem ter a pressão de que sou uma máquina e ficar biruta com encomendas. Depois de muitas tentativas entendi que trabalhar com encomendas não funciona dentro da minha mecânica de produção artistica pois tira esse lugar de imersão dentro do meu proprio desenvolvimento criativo pois fico bem mais preocupada se estou atendendo ao que a pessoa quer ao que eu idealizo e estou propondo ali. Tava me causando uma ansiedade absurda sem contar da depressão que sempre me acompanhou. Não aceito mais encomendas devido a esses fatores, então determinar um limite de trabalhos a venda me condiciona a ter um controle que garante uma estabilidade psicologica melhor para trabalhar, por exemplo.
Quero colocar a venda os chaveirinhos o quanto antes (ate porque estou desempregada e entrando quase em desespero porque não consegui um emprego formal que me deixe minimamente em estabilidade financeira) estou desde abril trabalhando neles mas não tenho uma data exata pois gostaria que a venda fosse feita em uma loja online que ironicamente é algo que me desgasta pesquisando qual seria a melhor plataforma pois não encontro lojas que me agrade ou que não cate metade do meu lucro então venho estudando com mais dedicação a criar um site. É, eu tô estudando html/CSS para criar do zero um site que seja oficial da roro......................... E eu tô amando e me divertindo nesse processo de aprendizagem me sinto em 2005. Essa é uma das desculpas por ainda não ter colocado nada a venda, quero que minha existência seja encontrada virtualmente tudo no mesmo ambiente.
Ate fiz um ★carrd★ para reunir todas essas plataformas mas não é exatamente isso que quero dizer quando falo de ter um site para ser ali um espaço que é só meu, que sei onde vai estar cada coisa sem sentir que estou sendo adestrada por padrões que me limitam, tipo o Instragram e seu formato forma de ovo e nem dar bola para seguidores ou algoritmos. Não sei se é devido a neurodivergencia mas não sinto que redes sociais aproximam as pessoas como dizem, pois nunca senti isso. ENFIM, outro tópico para outro post.
Obrigada por ler ate aqui!
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